quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Poema da despedida

Não saberei nunca
dizer adeus

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
 neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
              Mia Couto

Saudade de tudo que ficou pra trás. E uma vontade maior do mundo de ir de novo. Barcelona

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